quinta-feira, dezembro 22, 2005

Vejo o que o céu me revela


©Stephanie Pui-Mun Law, 1998-2006

Vejo o que o céu me revela, o seu ar que respiro, o seu espaço que ele me concede. Ele diz-me de que tamanho sou e a idade que tenho. As suas estrelas dizem-me que nada mais importa se ele não existir. E são felizes porque as abraça e não as deixa cair.
Fecho os olhos e sinto a brisa que me toca. É fria e fresca. Traz-me a sensação de plenitude, dá-me forças para enfrentar o amanhã, traz-me os aromas da noite. Sinto o cheiro da terra que repousa, das árvores que respiram, dos prédios que emanam o calor das pessoas que descansam, e um silêncio distante perturbado pelos sons da cidade, pelos veículos ainda acordados, pelos cafés que adormecem, pelos amantes que se beijam nestas horas da noite.
Sinto de novo uma brisa mais forte e acordo.
Apercebo-me do cansaço que toma conta dos meus olhos, eles forçam um fechar que ainda não quero, mas cedo à vontade do corpo porque amanhã é um novo dia e não será dos melhores. E sei que preciso de todas as forças para enfrentá-lo.
Olho de novo o céu e despeço-me do seu ar. Sorriu levemente e as estrelas respondem com um brilho mais forte.
Despeço-me da cidade até um amanhã.
Vou agora sonhar o descanso do meu mundo e a vida que lá existe.

Adaf Aras
Primavera 2003

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

vejo o que este texto me revela: que tens de ressuscitar esta inspiração da primavera de 2003...
;-)

22:49  

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